A cultura brasileira certamente é uma das mais ricas e diversas do mundo. Do norte ao sul do país, músicas, danças e tradições típicas de cada estado movimentam a economia e fortalecem os laços entre gerações. A história que contamos hoje aqui no blog da Traduzca é um exemplo dessa miscigenação que é o Brasil: um menino de 13 anos, descendente de russos e morador de uma cidade do interior de São Paulo, é entusiasta e administrador de uma biblioteca especializada em literatura de cordel.
Essa é a história do jovem Pedro Popoff. Fã declarado da literatura de cordel, o jovem correu as escolas e espaços públicos da cidade divulgando a cultura nordestina pela qual se apaixonou ainda mais novo. Em entrevista ao site Diário do Nordeste, ele diz que “aos três anos, já gostava muito de sertanejo de raiz; com cinco anos, assisti ao filme ‘Lampião – o Rei do Cangaço’ e me apaixonei. Depois, descobri o cordel e assim foi fluindo naturalmente”.
A ideia de difundir a literatura de cordel na sua região cresceu, e Pedro criou uma vaquinha virtual para arrecadar fundos e construir uma biblioteca especializada no gênero. O projeto ganhou apoio de muitas pessoas e entidades, inclusive da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, que enviou 800 títulos para equipar o espaço. Hoje o centro cultural já guarda mais de duas mil obras de autores, como Izabel Nascimento, Cleusa Santos, Joab Nascimento, Ednaldo Alves de Oliveira, Francisco de Assis, Tião Simpatia, Kydelmir Dantas, Pedro Queiroz e Chico Vaqueiro, todos nomes consagrados da cultura nordestina.
O evento de inauguração da cordelteca foi marcado por grandes nomes da literatura do gênero. Um dos principais convidados foi o poeta cearense Gonçalo Ferreira da Silva, atual presidente e um dos fundadores da Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC) e personalidade que dá nome ao espaço. Na abertura, Pedro Popoff, que agora é conhecido como Pedro do Cordel, diz que quer “continuar com a questão do cordel e um dia me tornar presidente do Brasil. E isso não é brincadeira”.